medicina mente-corpo

Olhar o ser humano como um todo bio-psico-social é uma decorrência natural para quem trabalha na área da saúde com a atenção realmente voltada para o paciente. O exercício de uma medicina humanista forçosamente nos faz entender que não podemos separar as queixas e os sintomas, da realidade de vida de quem os sente. Só que quando assim o fazemos, percebemos o quão limitado é o alcance dos instrumentos de tratamento e cura que nos foram ensinados na faculdade de Medicina. Todos eles. Nenhum alcança a totalidade que almejamos, quando nos conscientizamos de que as doenças têm múltiplas e complexas causas.

Pertenço ao grupo dos que encaram as doenças como uma reação do organismo tentando restabelecer o equilíbrio perdido. Esse equilíbrio pode ser restabelecido de muitas formas diferentes, por vezes até com a ajuda do médico! Mas, sem dúvida, sempre e indispensavelmente com a ajuda do próprio paciente.

As doenças físicas ou psíquicas nada mais são do que um indicador de que algo, fora ou dentro de nós, precisa ser modificado.

As relações entre nosso psiquismo e o funcionamento do nosso organismo estão sendo cada vez mais desvendadas. Embora ainda haja um longo caminho a ser percorrido, sabemos, por exemplo, que nossas emoções são capazes de ativar e inativar genes. Se ativarmos heranças genéticas que nos predispõem a determinadas doenças, vamos adoecer delas. E se inativarmos genes essenciais para o bom funcionamento orgânico, isso nos fará adoecer também. Podemos, e devemos, utilizar esse recurso para fazer o caminho inverso. Trabalhar nosso psiquismo para recuperar a saúde. E é nessa visão, de que podemos usar outros recursos além dos que abordam diretamente nosso corpo físico, como remédios e cirurgia, para tratarmos as pessoas, que se baseia a Medicina Mente-Corpo.

Da mesma forma que nossa saúde, alegria e bem-estar nos informam sobre nossa vida, nossas doenças, sintomas e desconfortos são diálogos do nosso corpo sobre nós mesmos. Precisamos tratá-los, mas não podemos esquecer de interpretá-los.

E aí, bem, mãos à obra, porque viver é um eterno crescimento.