Neurologia dentro da visão da Medicina Mente-Corpo

Assim como acontece com outras doenças, para que uma doença neurológica se manifeste em alguém é preciso que fatores ambientais ativem predisposições genéticas desse indivíduo. E fatores ambientais podem ser desde as condições de saneamento básico da cidade em que vivemos, até os sentimentos que carregamos conosco no correr do dia.

Nosso cérebro está em permanente construção. Cada experiência vivida, se aprendida, reformula nossas conexões neuronais. Por isso muitas doenças consideradas orgânicas são na verdade funcionais. O que pode parecer estático, estrutural, impossível de ser modificado, mas no máximo controlado, muitas vezes é uma construção do nosso jeito de lidar com a vida, de sentir, de interpretar, de reagir aos acontecimentos. A plasticidade cerebral, ou seja, a capacidade do cérebro de reformular suas sinapses, é um extraordinário presente da natureza. Nossa biologia é fruto de uma perfeita integração entre um projeto herdado dos nossos pais e ancestrais, e a concretização desse projeto por efeito do meio ambiente.

Vida é movimento. Precisamos estar sempre de prontidão para as mudanças que a vida exige de nós. Quando fixamos um comportamento, uma idéia, um sentimento, um julgamento, nosso organismo reage a essa falta de flexibilidade. E energia parada é sinônimo de disfunção, dor, doença. Enquanto nós colaborarmos para esse movimento adaptativo dos circuitos cerebrais, nós podemos nos dizer realmente vivos. E saudáveis. (Se você quiser conhecer com mais detalhes como funciona essa relação cérebro-mente-corpo, venha assistir uma palestra em meu consultório. Curso Introdutório à Prática da Meditação).

Para minha formação fui buscar ajuda tanto nos conhecimentos modernos como na sabedoria antiga (como dizia Rubem Alves, os sábios de agora não são mais sábios do que os de antigamente!). Deste modo, busquei em diversas linhas terapêuticas e filosóficas, conhecimentos que contemplassem cuidados com os aspectos físicos, mentais e psicológicos do homem.

Após o curso de Medicina fiz especialização em Neurologia, posteriormente em Homeopatia, e conclui mestrado em Biologia Molecular. Minha formação enriqueceu-se, ainda, com os conhecimentos adquiridos em Biopsicologia Tântrica, e no Zen Budismo e Taoismo, incluiu o estudo da Acupuntura e, após anos de prática pessoal, estudos e pesquisas sobre meditação, associei o ensino da meditação como método auxiliar terapêutico de tratamentos médicos convencionais.

Todo esse percurso acadêmico acrescentado à imensa paixão pela vida e pelo ser humano, me ensinou a aprender com cada paciente – esses, os verdadeiros mestres!

De acordo com essa visão, meu trabalho no consultório se desenrola em vários níveis. Quando sou procurada por alguém, após fazer uma hipótese diagnóstica verifico de que forma posso ajudá-lo. Se com alopatia, homeopatia ou, ainda, se devo convidá-lo a participar do grupo de meditação. Às vezes concluo estar fora do meu alcance o trabalho a ser feito e encaminho o paciente a outro profissional. Outras vezes necessito de um trabalho multidisciplinar e indico mais alguém para uma avaliação.

Dessa abordagem surge uma proposta de tratamento e, se o paciente concordar, nós iniciamos juntos a (re) construção de um organismo mais saudável dentro de um estilo de vida mais satisfatório.